Veja o que fazer em caso de ataque de pitbull e como denunciar tutores de cães que não cumprem as regras
Lei em São José dos Campos obriga uso de focinheira em cães de grande porte Um ataque de cão da raça pitbull chamou a atenção e assustou moradores nesta ...

Lei em São José dos Campos obriga uso de focinheira em cães de grande porte Um ataque de cão da raça pitbull chamou a atenção e assustou moradores nesta semana, em São José dos Campos (SP). O animal, que estava sem focinheira, atacou um cachorro vira-lata. A Polícia Civil faz buscas pelo tutor do pitbull. Câmeras de segurança registraram o ataque e mostram que moradores se uniram para tentar cessar o ataque, mas que o cão só soltou o vira-lata após três minutos, ao ser atingido por um pedaço de madeira - leia mais abaixo. O tutor fugiu sem prestar assistência ao cão ferido. A situação gerou revolta entre moradores, pois uma lei municipal de São José dos Campos determina que animais de grande porte ou que sejam violentos, entre eles a raça pitbull, só podem circular por locais públicos - como ruas, praças, jardins e parques -, sendo conduzido usando guias, coleira e focinheira apropriadas, por motivo de segurança. Nesta sexta-feira (18), a TV Vanguarda conversou com um adestrador de cães, que orientou o que fazer em caso de ataques como o que ocorreu em São José. Especialista em comportamento canino, Lorran Augusto Barbosa diz que, inicialmente, é preciso manter a calma e não deixar ninguém agredir o animal. O caminho para apartar o ataque é por meio de asfixia. “Nessa situação, somente asfixia, porque precisamos que o cachorro tenha o estímulo de abrir a boca. Então, quando você asfixia o cachorro e ele apaga momentaneamente, automaticamente ele abre a boca. Você pode utilizar um cinto. Tira o cinto da sua calça, passa pelo pescoço do cachorro e gera essa asfixia. Automaticamente o cinto vai virar uma guia e você pode tentar levar o cachorro de volta para casa”, explicou Lorran. Imagem de arquivo - Cão da raça pitbull. Reprodução/EPTV Veja outras orientações de especialistas: Se estiver andando na rua e avistar um animal que pode ser agressivo, o ideal é sair de perto (caso esteja em uma distância segura) ou, se estiver já perto do cachorro, deve parar de andar (congelar), pois o animal tende a sentir menos interesse por algo que não se mexe. Correr não é uma boa alternativa. Especialistas alegam que só se deve correr se tiver a certeza de que vai conseguir escapar. Do contrário, o animal pode ter um estímulo ainda maior para o ataque ao ver a pessoa correndo. Se a pessoa ou animal já estiver sendo atacado, não se deve tentar puxar o cachorro que estiver cometendo o ataque, pois ele estará com a mandíbula atracada no corpo da vítima e, ao puxar o cão, pode ferir ainda mais a vítima, pelo risco de rasgar a carne da pessoa. A asfixia - com cinto ou colocando um pedaço de madeira puxando o cão por dentro da coleira - ou então o ato de erguer a parte traseira do cão a partir da barriga, para que ele perca o equilíbrio, são consideradas alternativas mais seguras para conter o ataque. Outra possibilidade é jogar água no cachorro. Se tiver uma mangueira por perto, vale jogar água na direção da boca para que ele pare de morder e se preocupe em recuperar o ar. Como denunciar? Em caso de descumprimento da lei da focinheira, qualquer pessoa pode fazer um registro de ocorrência pelo telefone 156 da Prefeitura de São José ou pelo 153 da Guarda Municipal. Há ainda a possibilidade de busca auxílio em uma delegacia. Mesmo que não haja ataque, é importante denunciar um animal agressivo para que o dono seja responsabilizado de forma civil ou criminal no futuro. VÍDEO: Cachorro vira-lata é atacado por pitbull sem focinheira durante passeio em São José Ataque contra vira-lata Um vídeo gravado por câmeras de segurança mostrou o momento em que um cachorro pitbull atacou um cão vira-lata, em São José dos Campos, nesta semana. As imagens são fortes - veja video acima. A Polícia Civil faz buscas pelo tutor do pitbull, pois o animal estava sem focinheira - algo que é contra a lei em São José. O homem fugiu sem prestar assistência para o vira-lata ferido. O g1 apurou que o ataque ocorreu na última segunda-feira (14), na rua Leonardo da Vinci, no Jardim Oriente, Zona Sul da cidade. O ataque durou três minutos. O vídeo mostra que o vira-lata estava na calçada quando o pitbull, que estava passeando com o tutor somente com coleira e guia, se aproxima e o ataca. Na filmagem dá para perceber que o pitbull prende o corpo do vira-lata com a boca, gira e não solta. O tutor do pitbull tenta fazer com que o cão solte o outro cachorro, mas não consegue. Ainda no vídeo é possível ver que moradores se unem para tentar resgatar o vira-lata, mas o pitbull só liberta o cachorro após ser atingido por um pedaço de madeira. Após o ataque cessar, o tutor do pitbull foi embora sem prestar socorro ao vira-lata que ficou ferido. Cachorro vira-lata é atacado por pitbull sem focinheira em São José; polícia faz buscas por tutor Arquivo pessoal Em entrevista para o g1, Jaqueline Renata, que é tutora do vira-lata Totó, contou que o cachorro quebrou um osso da perna durante ao ataque. O veterinário disse à família que não é possível operar. Totó está ferido, debilitado, mas já recebeu alta e precisa ficar de repouso em casa. Ainda segundo Jaqueline, Totó era um cão de rua e foi adotado pela família há mais de 10 anos. Como morou na rua por boa parte da vida, ele não se acostumou a fazer as necessidades básicas em casa, então todos os dias, de manhã e de tarde, ele sai para fazê-las na rua. No dia do ataque, foi isso que aconteceu - ele saiu para fazer as necessidades, quando acabou sendo atacado pelo pitbull. “Foi um milagre o Totó ter sobrevivido, porque o pitbull agarrou e rodou ele. Queria matar mesmo. Sorte que conseguiram ajudar naquele momento”, afirmou Jaqueline. “Não querendo menosprezar a vida de um animal, mas imagina se o pitbull faz isso com uma criança? A lei prevê o uso de focinheira e isso tem que ser seguido”, argumentou. A família já gastou cerca de R$ 1 mil até agora, entre tratamento e remédios para o Totó. Cachorro vira-lata é atacado por pitbull sem focinheira em São José; polícia faz buscas por tutor Arquivo pessoal Jaqueline registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil e agora, com os investigadores, tenta descobrir quem é o tutor do pitbull, para que ele seja responsabilizado pelo ocorrido. “Quero identificar o tutor do pitbull para que ele arque com os custos que esse ataque provocou. Já gastei muito dinheiro com tratamento e remédio, isso é algo que não é barato. E ele também precisa ser responsabilizado, já que o pitbull estava sem focinheira na hora do ataque. O tutor ainda não prestou socorro e fugiu”, afirmou Jaqueline. Por meio de nota, a Polícia Civil confirmou que faz buscas pelo tutor do pitbull, que estava passeando com o animal sem focinheira e fugiu sem prestar assistência ao cão ferido. O caso é investigado pelo 3º DP de São José dos Campos. A informação de que a raça do cachorro que cometeu o ataque é um pitbull foi confirmado ao g1 por testemunhas e também pela Polícia Civil. Lei que determina regras para condução de cães de grande porte entra em vigor em São José Lei da focinheira Em novembro de 2023, a prefeitura de São José dos Campos sancionou a lei que estabelece regras de segurança para a condução responsável de cães de grande porte no município. A lei tornou obrigatório o uso de coleira, guia curta, enforcador e focinheira de grade em ruas e locais públicos. A medida vale para cães das seguintes raças: Mastim napolitano; Pitbull; Rottweiler; American Staffoshire Terrier; Dogo argentino; Dobermann; Fila brasileiro; Prensa-canário; Cane corso; Bulldog americano; Bull terrier. Além das raças acima, a lei sancionada estende a medida aos cães de raças derivadas ou variações de qualquer das raças listadas, além dos cachorros sem raça definida, mas com perfil agressivo. A lei prevê multa de um salário-mínimo vigente para o tutor que for flagrado com o cão sem as normas estabelecidas no texto. Em caso de ocorrência envolvendo o animal e outra pessoa, a multa pode chegar a cinco salários-mínimos. Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina