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GM quer abrir novo plano de demissão voluntária na fábrica de São José dos Campos

Além da abertura do PDV, a empresa quer que os trabalhadores abram mão da cláusula que garante estabilidade em caso de lesão, em troca de uma indenização ...

GM quer abrir novo plano de demissão voluntária na fábrica de São José dos Campos
GM quer abrir novo plano de demissão voluntária na fábrica de São José dos Campos (Foto: Reprodução)

Além da abertura do PDV, a empresa quer que os trabalhadores abram mão da cláusula que garante estabilidade em caso de lesão, em troca de uma indenização individual. O sindicato da categoria disse que apoia o PDV, mas que é contra o fim da cláusula de estabilidade. General Motors (GM) de São José dos Campos Reprodução/TV Vanguarda A montadora General Motors pretende abrir um novo plano de demissão voluntária (PDV) na fábrica de São José dos Campos, no interior de São Paulo. Além do PDV, a empresa quer fazer um acordo com os trabalhadores, para que eles abram mão da cláusula que garante estabilidade no emprego em caso de lesão, em troca de uma indenização individual. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Vale do Paraíba e região no WhatsApp A proposta da empresa foi comunicada aos trabalhadores por meio de comunicado interno. No documento, a GM afirma que não chegou a um acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, mas que essa é uma proposta final. “No dia 30 de maio, tivemos mais uma rodada de negociação com o Sindicato para discutir as propostas da cláusula de transação mediante indenização e a possibilidade de abertura de um Plano de Demissão Voluntária (PDV) para empregados com limitação laboral. Não foi possível chegar a um acordo, mas a empresa deixou a proposta final para que seja levada para votação dos empregados em assembleia”, informou a GM no panfleto. Ainda no informativo, a montadora alega que o prazo final para decidir sobre a situação é o dia 3 de junho, terça-feira, e diz que se a proposta final não for aprovada, a empresa ficará sem alternativas. “Se a proposta for aprovada, daremos um passo importante para diminuir os riscos da Planta de São José dos Campos. Sem essa aprovação, ficamos em desvantagem em relação a outras fábricas. (...) É importante ressaltar que a proposta atual da GM é FINAL. Portanto, se não for aprovada, a empresa não terá alternativas, pois já atingiu seus limites possíveis”, diz trecho do informativo da GM. Ao g1, o sindicato da categoria disse que não se opõe ao PDV, mas que é contra o fim da cláusula de estabilidade. Apesar disso, a proposta que a GM elaborou será levado para votação dos trabalhadores. Ainda não há previsão de quando a assembleia deve ser realizada. Uma reunião será feita no sindicato, na tarde desta segunda-feira (2), para definir a data da assembleia com os funcionários da montadora. No documento, a GM detalhou a proposta de indenização para os trabalhadores que aceitarem o acordo sobre a cláusula de estabilidade e também para os que aderirem ao PDV. Na proposta para trabalhadores horistas da Operação de Manufatura SEM limitação laboral (sem lesão) admitidos antes de 1º de março de 2019 a empresa propõe: O pagamento de indenização no valor de 40% do salário multiplicado pela quantidade de anos do funcionário (limitado a até 55 anos ou comprovação de prazo mínimo de aposentadoria pelo aplicativo Meu INSS) para quem aceitar o acordo para transação de cláusula de estabilidade. Nesse caso, um trabalhador de 40 anos que recebe cerca de R$ 2,5 mil de salário, teria uma indenização de aproximadamente R$ 40 mil, por exemplo. O PDV para esses trabalhadores sem lesão contratados até março de 2019 inclui como bonificação: 7 salários Um Onix Hatch 1.0 motor aspirado (sem escolha de cor) ou R$ 85 mil em dinheiro 24 meses de convênio médico ou R$ 48 mil em dinheiro. Ainda na proposta, a GM afirma que para cada empregado sem lesão que aderir ao PDV, a empresa fará a efetivação de um empregado que hoje tenha um contratado de prazo determinado. Segundo a GM, pelo plano, se a empresa atingir 520 adesões de trabalhadores sem lesões até 9 de junho de 2025, seria aberto um Plano de Demissão Voluntária (PDV) para empregados horistas com limitação laboral (lesionados), além de serem renovados os contratos dos demais empregados contratados a prazo determinado por mais 1 ano. Para os trabalhadores horistas da Operação de Manufatura COM limitação laboral (com lesão) admitidos antes de 1º de março de 2019 a empresa propõe: PDV para trabalhadores com lesão Não há uma estimativa de quantas adesões ao PDV a GM tem expectativa de ter, caso o plano seja aprovado em assembleia. Por fim, no documento, a GM alega que “a aprovação não é só sobre os valores oferecidos, mas sobre o futuro da planta em São José dos Campos” e que a proposta “ajuda a reduzir o risco do Complexo, para manutenção de postos de trabalho a longo prazo e atrair novos projetos”. O que diz o Sindicato dos Metalúrgicos Ao g1, Renato Almeida, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos, afirmou que concorda com a abertura do PDV, mas que é contra colocar fim na cláusula de estabilidade no emprego em troca de indenização. O sindicato alega que fez uma contraproposta, mas que a GM não aceitou. “O que a empresa está propondo é um plano de demissão voluntária, mas que abra mão de direitos históricos que temos na categoria. Em relação ao PDV, o sindicato é favorável, mas o sindicato é contra que a empresa proponha aos trabalhadores que façam a transição da cláusula. Isso é bem ruim, pedir que abram mão individualmente da cláusula que prevê estabilidade caso o trabalhador seja lesionado em acidente de trabalho”, contou Renato. “O sindicato fez uma contraproposta para que as pessoas tenham estabilidade de 36 meses, mas a GM não aceitou, não quer dar nenhum dia de estabilidade”, disse. Ainda segundo o sindicato, o caso será levado para assembleia, mas a categoria teme que haja demissões. “A nossa preocupação é com demissão em massa. Isso seria um desastre, é importante ter estabilidade para as pessoas. A empresa quer acabar com os salários antigos e manter uma grade salarial inferior do que é praticado com os trabalhadores antigos. Nós temos preocupação com os trabalhadores, queremos preservar os empregos”, narrou Renato. “Vivemos um impasse. O sindicato vai fazer assembleia. Já que é uma proposta final, tem que levar para os trabalhadores discutirem. Vale ressaltar que uma preocupação muito pertinente que temos com o que a empresa está propondo (fim da cláusula de estabilidade em troca de dinheiro) é que vai causar insegurança jurídica, esse tipo de acordo não tem modalidade nos acordo do Brasil, não tem precedência jurídica, pois do ponto de vista legal não é permitido. É uma modalidade nova, que não foi instituída”, finalizou. O que diz a GM O g1 acionou a GM, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem. GM encerra PDV com 66 adesões PDV em 2024 Em dezembro de 2024, o Plano de Demissão Voluntária (PDV) da fábrica da General Motors em São José dos Campos (SP) terminou com 66 adesões. A meta da montadora era de que 100 trabalhadores aderissem ao PDV. O PDV da GM em São José foi aberto no dia 2 de dezembro e tinha como meta desligar empregados horistas ativos com mais de sete anos na empresa. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos explicou que o plano foi aprovado pelos funcionários em uma assembleia realizada em setembro, por meio da proposta de acordo da Campanha Salarial. O PDV previa: Cinco salários; R$ 85 mil ou um Onix Hatch; Plano médico de seis meses ou R$ 12 mil. Além disso, o plano previa também o pagamento de dias trabalhados no mês, 13° salário proporcional, férias indenizadas, aviso prévio de até três salários, multa de 40% sobre o FGTS e 2ª parcela da Participação nos Resultados. Esse foi o segundo PDV aberto pela empresa em um período de um ano São José dos Campos. Em dezembro de 2023, 630 funcionários aderiram ao programa em São José. O objetivo da empresa era ter a adesão de 830 funcionários. Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina